Especialista em acupuntura há 29 anos e fisioterapeuta, Mestre em Ciência da Motricidade Humana (UCB-RJ), especialista em Neurociência aplicada à Longevidade (IPUB/UFRJ) e presidente da ABA-RJ (Associação Brasileira de Acupuntura do Rio de Janeiro)
ecentemente, um amigo me fez uma pergunta – sobre a qual, aliás, muitas pessoas têm a mesma dúvida:
“Será que poderíamos viver sem comer carne? Só a carne tem proteínas?”.
Nós, seres humanos, não somos nem só carnívoros, nem só herbívoros. Somos
onívoros, ou seja, comemos animais e vegetais.
Nosso lado carnívoro tem sofrido alterações ao longo do tempo. Hoje, nossos
dentes caninos – cuja função é a dilaceração de ossos e carnes – se encontram em
involução, o que acaba nos trazendo uma desvantagem para digerir bem tais alimentos sem um instrumento perfeito para tal.
Mas continuamos, sim, com a capacidade biológica de comer de tudo. Porém,
nem tudo nos convém mais, seja por uma evolução dos nossos
órgãos de digestão – quando dizemos que um alimento é indigesto – seja por conta dos riscos intrínsecos ou do
potencial de contaminação de determinados alimentos (peixes baiacus, sapos com pele venenosa, etc.).
Podemos viver sem carne?
A questão de podermos ou não viver sem a proteína da carne, já é, cientificamente, superada.
Sim, podemos viver sem carne!
Mas de qual carne estamos falando? A vermelha? A branca das aves ou a carne dos
peixes? Cada uma dessas carnes tem vantagens e desvantagens nutricionais e funcionais-terapêuticas.
Vejamos a carne vermelha: de fato ela é fonte rica de proteínas e de
vitaminas do complexo B, mas também tem alto teor de gordura intrínseca, que, mesmo quando visualmente magra, ela a apresenta. O trânsito intestinal se torna lento quando se ingere a carne vermelha e isso favorece o aparecimento de alterações de membrana intestinal do tipo
Disbiose, que causa reações sistêmicas inflamatórias, piorando-as para quem já as têm e dando surgimento a novas, para quem não as possui.
As carnes brancas são pobres em gorduras, mas são carentes de vitaminas do complexo B, tornando
mais fácil sua digestão.
Peixes em geral são ricos em gorduras saudáveis. São de
fácil digestão e chegam a ter propriedades anti-inflamatórias e antiagregantes de plaquetas, o que evita isquemias e acidentes tromboembólicos.
Ovos e leites também são ricos em proteínas e seu potencial tônico varia conforme suas origens.
Ponto de vista oriental
Para a
medicina chinesa, as carnes em geral são tonificantes e reconstituintes, bastante apropriadas para
levantar a energia daqueles que se encontram combalidos, tendo, cada uma delas, suas ressalvas e restrições. Se abusarmos da carne vermelha, teremos problemas circulatórios e inflamatórios com repercussão orgânica abrangente.
Portanto, podemos viver, sim, sem as carnes, mas teremos que ter muito mais atenção quanto à
compensação nutricional que essa ausência nos causará. Teremos que ingerir mais
sementes, castanhas, grãos, além de monitorar constantemente nosso exame de sangue para não apresentarmos nenhuma
deficiência mineral ou nutritiva que prejudique o funcionamento dos nossos órgãos.
Fotos/ilustrações: Hanna Barbera / divulgação
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