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Bem-estar em todas as idades
Coluna 10
Depressão ou uma simples tristeza...?
Por conta da falta de informação e o desconhecimento dos principais sintomas da doença, a maioria da população deixa de buscar tratamento adequado por não saber distinguir tais sinais
Doutorado em Psiquiatria pela Universidade de São Paulo (USP), Médico Coordenador do Serviço de Interconsultas do Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP (IPq-HC-FMUSP), CRM 65297, é colunista convidado do Portal Terceira Idade
depressão é uma doença que
afeta o estado de humor e reduz a capacidade de sentir satisfação ou prazer.
Hoje, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão acomete cerca de
10% dos brasileiros, com maior incidência entre pessoas de 20 a 30 anos e acima dos 60 anos. Porém, um dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) é ainda mais alarmante: até
2030 a doença deverá ser a segunda maior causa da perda de qualidade de vida no mundo.
Por ter uma alta incidência, a depressão exige atenção por conta da falta de informação e o desconhecimento dos principais sintomas pela população, que, muitas vezes, deixa de buscar tratamento adequado por não saber distinguir tais sinais. Exemplo disso é a frequente associação de uma
simples tristeza à depressão.
O estado clínico de depressão só se caracteriza quando há ocorrência de quatro ou mais
sintomas ao mesmo tempo.
A origem da depressão está ligada diretamente a circunstâncias estressantes da vida, desequilíbrio químico, fatores genéticos, de personalidade e ambientais. Por isso, é fundamental saber identificar corretamente os sintomas, sempre com o auxilio e diagnóstico de um
especialista.
Deve-se ter em mente que a depressão pode matar, ou por suicídio, ou por agravar uma doença já existente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a doença está associada à morte de cerca de
850 mil pessoas por ano.
O tratamento da depressão, seja ela em estágios leves, moderados ou graves, quase sempre é realizado com auxílio de antidepressivos e terapias, e buscam amenizar prejuízos no dia a dia das pessoas, suas relações familiares e profissionais.
O paciente precisa ter em mente que o tratamento é de longo prazo e que costuma surtir efeito entre duas a quatro semanas de medicação. Para um melhor resultado, o processo deve ser mantido por alguns meses após o término dos sintomas, assegurando que o paciente não tenha uma recaída. Contudo, há casos de depressão recorrente que necessitam de tratamento prolongado que pode atingir dois, cinco ou mais anos.
Os principais sintomas da depressão são:
- Distúrbios do sono: insônia ou hipersônia;
- Sensação de inutilidade;
- Dificuldade de concentração;
- Sentir-se chateado a maior parte do tempo;
- Perda ou ganho significativo de peso;
- Interesse diminuído ou perda de prazer para realizar as atividades rotineiras;
- Culpa excessiva;
- Fadiga ou perda de energia;
- Agitação ou retardo psicomotor;
- Ideias recorrentes de morte ou suicídio.
Se você tem depressão ou
sente um ou mais dos sintomas acima, entre em contato com um dos serviços voltados para o
público da Terceira Idade no HC (Hospital das Clínicas de São Paulo) (veja, abaixo, em "Serviço").
Ilustração: divulgação
Serviço
HC (Hospital das Clínicas de São Paulo) - Apoio gratuito:
- Se você tem até 65 anos: ligue para (11) 3069-7804 e procure por Ana Paula, que fará a pré-triagem por telefone;
- Se você tem 65 anos ou mais: ligue para (11) 3069-6973 e pergunte sobre o serviço Proter, que faz a triagem de casos passíveis de serem admitidos.
Abril.com > Veja.com > Perguntas & Respostas
Depressão A depressão tem algumas características que muitas vezes passam despercebidas, não somente por quem sofre da doença, mas também por familiares e amigos, podendo ser confundida com tristeza
http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/perguntas_respostas/depressao...