Quanto nós dependemos do ecossistema (e quanto ele depende de nós...) |
Estamos cometendo um suicídio coletivo. Se a destruição da biomassa continuar no ritmo atual, a vida animal será extinta em menos de cem anos |
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ideia principal desta modesta coluna é a conscientização dos leitores sobre a necessidade da
manutenção e conservação da biomassa*, do verde que nos cerca. Os animais, dos quais fazemos parte, precisam do oxigênio para respirar, para viver. A ausência do oxigênio no ar que respiramos representa, fatalmente, a morte.
Nós vivemos em “simbiose” unilateral com o vegetal. Dependemos do vegetal para sobreviver, mas o vegetal não precisa de nós. Muito pelo contrario, se a espécie humana fosse extinta, eliminada da face da Terra, o vegetal passaria a usufruir sua plenitude vital, livre de seu predador principal e implacável, o homem.
O vegetal, utilizando a energia solar, em presença da água, fixa o carbono do gás carbônico e libera o oxigênio, princípio vital da vida animal. É o que conhecemos como fotossíntese. A biomassa, o verde, funciona como uma usina geradora de oxigênio.
A vida animal utiliza os pulmões, através dos alvéolos, para receber o oxigênio que queima os alimentos transportados pelo sangue, gerando a energia necessária a manutenção do organismo animal. Durante a queima dos alimentos, os pulmões eliminam o gás carbônico e absorvem o oxigênio e a água.
O interessante é que o corpo animal é a única máquina capaz de gerar trabalho utilizando baixa energia, sonho do homem ainda não conseguiu em suas máquinas térmicas. Nos vegetais, o gás carbônico age de forma semelhante, fornecendo carbono que, em conjunto com a água, forma moléculas complexas como a celulose, semi-celulose, a lignina, os óleos essenciais, entre outros.
A água fornece o hidrogênio elementar que ajuda na saturação das estruturas de carbono das moléculas que compõem as estruturas vegetais. A água entra pelas raízes do vegetal, arrastando com ela os sais minerais e nutrientes necessários à vida vegetal, indo até as folhas, principais órgãos respiratórios dos vegetais. As folhas são os pulmões dos vegetais.
A “subida” da água e nutrientes até as folhas acontece devido ao efeito capilar e a evaporação. A evaporação força a subida da água até as folhas e a saída do excesso da mesma para a atmosfera, provocando a amenização do clima, condicionando o ar que respiramos. O
oxigênio que respiramos tem que ser úmido e conter vapor de água, para não “queimar” nossos pulmões.
Uma árvore de porte médio, fixa em torno de cinquenta litros de água na sua estrutura e é capaz de liberar para o meio ambiente, para o ar, igual volume de água, conforme as necessidades ambientais, havendo permanente entrada e saída de água do corpo do vegetal com transporte de nutrientes.
A vida animal, além de respirar o oxigênio gerado pela biomassa, tem sua alimentação, ou melhor, sua nutrição provida também da biomassa. Precisamos também do
verde para nos nutrir. Até o bife nosso de cada dia vem do animal que se nutriu da biomassa. Os animais carnívoros, indiretamente, se alimentam, também, com a biomassa ao devorar animais herbívoros.
Há, portanto, uma dependência total e absoluta da vida animal com relação à vida vegetal, e há uma independência radical da vida vegetal com relação à vida animal.
Conclusão:
Toda vez que derrubamos uma árvore, é como se cortássemos um pedaço de nosso corpo, de nossos pulmões. Por que será que o homem ainda não pensou nisso? A vida celular, a micro-fauna e a micro-flora, se extinguem quando atingem o auge do progresso e do desenvolvimento.
Será que o homo sapiens, que nada mais é que um agregado de células, está se degradando, voltando à lógica dos homens das cavernas? Estamos cometendo um
suicídio coletivo. Se a destruição da biomassa continuar no ritmo atual, a vida animal será extinta em menos de cem anos.
Totus Tuus, Maria
Fotos/ilustrações: divulgação
*Biomassa (do dicionário Michaelis): Quantidade de matéria viva em forma de uma ou mais espécies de organismos, presente em determinado habitat. |
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