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Diálogo Aberto
Saúde e Equilíbrio
Saúde - Superbactérias
Uma em cada 4 pessoas tem uma superbactéria na mão após internação hospitalar
O estudo, realizado nos Estados Unidos, revela que, depois da hospitalização, parte dos pacientes carrega as bactérias para outros lugares,
aumentando a chance de transmissão a outros pacientes frágeis e,
também, aos profissionais de saúde
O número crescente de idosos com as superbactérias
hospitalares indica que novas políticas e inovações são
necessárias para interromper sua disseminação
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estudo, publicado no JAMA Internal Medicine (periódico
publicado pela American Medical Association, nos Estados
Unidos), mapeou 357 idosos depois de uma internação e
descobriu que grande parte deles tem nas mãos bactérias
resistentes à maioria dos antibióticos.
O estudo focou nos pacientes que foram recentemente admitidos
no hospital para um problema médico ou cirúrgico e, depois,
temporariamente, precisaram de cuidados médicos em uma unidade
de reabilitação, antes de voltarem para casa.
Superbactérias
A equipe estudou idosos que foram admitidos em várias unidades
de recuperação na região sudeste de Michigan assim que
deixaram o hospital. Um quarto desses pacientes (24,1%) tinham
pelo menos uma bactéria multirresistente (MDRO), ou
superbactéria, em suas mãos quando chegaram.
Os
investigadores testaram as mãos dos mesmos pacientes após duas
semanas e depois mensalmente, por até seis meses ou até a sua
alta. Durante esse acompanhamento, eles descobriram não só que
esses organismos persistem, mas que mais idosos adquirem
superbactérias em suas mãos. O índice saltou de 24,1% para
34,2%, ou seja um em cada três pacientes.
“Nós temos educado os profissionais de saúde por décadas sobre
a higiene das mãos, e estes números mostram que é hora de
incluir os pacientes nesse processo educativo de higiene das
próprias mãos”, diz a principal autora do estudo, Lona Mody
(foto), da Escola de Medicina da Universidade de Michigan.
A pesquisadora explica que um alto nível de superbactérias nas
mãos do paciente aumenta a chance de transmissão a outros
pacientes frágeis e profissionais de saúde. O uso de
antibióticos é frequente em pacientes em recuperação e, por
isso, certas estirpes de bactérias infecciosas evoluem e se
tornam resistentes ao tratamento com as drogas – o que as
tornam ainda mais perigosas.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla
em inglês) publicou um novo relatório este mês em infecções
hospitalares, incluindo as superbactérias, e pediu um maior
esforço para prevenir sua propagação.
Mudança de cultura
Mody
observa que os atuais pacientes idosos querem ser ativos,
muito mais do que no passado. Muitas vezes, eles optam por
ficar em instalações que oferecem atividades em grupo e
eventos sociais. No entanto, quando deixam seu quarto, eles
estão mais propensos a tocar outras áreas da instalação, o que
os colocam em alto risco de adquirir novas superbactérias.
Esse número crescente de idosos com as superbactérias
hospitalares indica que novas políticas e inovações são
necessárias para interromper sua disseminação, especialmente
nas unidades de reabilitação.
Uma outra estratégia é levar as pessoas ao laboratório e
mostrar fisicamente as superbactérias que crescem nas mãos.
“As pessoas sempre se surpreendem quando veem o que pode
crescer em suas mãos e como elas podem eliminar esses
organismos, com eficiência, simplesmente lavando-as
adequadamente”, diz Mody.
Fotos/ilustrações: Michigan News - University of Michigan /
divulgação