11.928.666° andar: Móveis, calçados, brinquedos... Quem vai descer?"
Parece brincadeira, mas não é. Isso é o que você provavelmente irá ouvir ao tomar o
elevador cósmico, lá pelo ano de 2050, época em que a
Nasa planeja construir o primeiro elevador espacial, que ligará a Terra a uma estação espacial situada numa órbita geoestacionária a
35.786 km de altura.
O elevador não será exclusivo para astronautas. Qualquer cidadão comum poderá entrar no elevador espacial e dar um pulinho na estação espacial, que terá
shoppings, hotéis e entretenimento. Essa "torre de babel espacial" foi considerada pela Nasa, durante muitos anos, um projeto absurdo e arquivado até hoje.
Como funcionaria esse elevador? Imagine a Terra e uma estação espacial ligadas por um cabo. Na Terra, uma plataforma submarina com aproximadamente 20 km de altura abrigaria a torre de lançamento do elevador espacial. No espaço, um asteróide, a uma distância de 47 mil quilômetros, "esticaria" o cabo que passaria "através" da estação.
O maior desafio até agora era achar um material que pudesse ter um diâmetro bem pequeno e resistir ao seu próprio peso, dadas as dimensões do cabo. Mas, com o avanço da pesquisa de novos materiais, a idéia, aventada pela primeira vez em
1960 pelo engenheiro russo Yuri Artsutanov, e incentivada hoje por
David Smitherman, do Centro Marshall de Vôos Espaciais da Nasa, começa a se tornar viável.
A tecnologia dos nanotubos, minúsculos cilindros vazios feitos de lâminas de
átomos de carbono dispostos em forma hexagonal, supera a força tênsil do aço em pelo menos cem vezes e permitirá a construção de um
cabo com milhares de quilômetros de comprimento e apenas
alguns centímetros de diâmetro.
Certa vez perguntaram a Arthur C. Clarke quando poderia ser construído um complexo como esse e ele respondeu: "O elevador espacial será construído cerca de 50 anos depois que todo mundo
parar de rir da idéia". Acabaram de parar.